quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Continente necessita de lideranças "fortes e credíveis", defende PR de Cabo Verde

Continente necessita de lideranças "fortes e credíveis", defende PR de Cabo Verde15 de Dezembro de 2011, 12:31Cidade da Praia, 15 dez (Lusa) - O Presidente de Cabo Verde considera que África necessita de "lideranças fortes e credíveis" para fazer face aos inúmeros problemas das populações, frisando que a instabilidade política e militar tem afetado o continente africano.Jorge Carlos Fonseca, ao discursar na quarta-feira à noite no encerramento da 3.ª Conferência da Iniciativa e Paz para a África Ocidental, iniciada na segunda-feira, sublinhou que sem paz não pode existir o verdadeiro desenvolvimento, o que só acontecerá se houver lideranças com uma visão de desenvolvimento.O chefe de Estado cabo-verdiano saudou os promotores do fórum, que terminou com a terceira e última edição - a primeira foi em Dacar (2009) e a segunda em Freetown (2010) -, realçando a contribuição que a iniciativa tem dado na busca de paz, sobretudo na África Ocidental.Para Jorge Carlos Fonseca, a paz e segurança são questões "demasiadamente sérias" para serem entregues apenas aos políticos e militares, razão pela qual apelou à organização dos cidadãos para exercerem uma cidadania "ativa" nesse sentido.Na intervenção, o presidente de Cabo Verde alertou, por outro lado, para o perigo da crise financeira mundial que, disse, pode ter "consequências muito graves" na região oeste-africana, em particular, e no continente, em geral."A crise é global e assume facetas múltiplas", avisou, defendendo que a situação pode condicionar o desenvolvimento de quase todo o planeta.Para o chefe de Estado cabo-verdiano, a crise é também de cariz ambiental e, apesar de a África ser o continente que menos contribui para esse desequilíbrio, é o que mais sofre as consequências.Por seu lado, o investigador e académico cabo-verdiano Corsino Tolentino considerou que "valeu a pena" a conferência, que levou à Cidade da Praia académicos, investigadores e jornalistas de vários países da África Ocidental e dos Estados Unidos para uma discussão "séria e profunda" sobre a questão da paz na região, envolvendo os métodos de resolução dos conflitos e da prevenção da guerra."Conseguimos que um terço do tempo dedicado ao debate fosse destinado a Cabo Verde", declarou Corsino Tolentino, reconhecendo que o arquipélago "estava praticamente ausente" do programa.A conferência, disse, contribuiu para um "melhor conhecimento" sobre o que se passa na região oeste-africana, em geral, e em Cabo Verde, em particular, lembrando que a capital cabo-verdiana foi recentemente palco da 27.ª reunião da Rede de Prevenção de Crises Alimentares no Sahel e África Ocidental. Instado sobre a procura de Cabo Verde para a realização destes eventos, Tolentino disse tratar-se de uma "estratégia do Governo e da sociedade civil" para promover o que é cabo-verdiano, o que ficou provado com a partilha de conhecimento e com a grande movimentação de pessoas, benéfico para a economia local.A conferência visou refletir sobre o discurso e práticas de paz na região, bem como identificar as práticas locais, nacionais e tradicionais existentes na prevenção e gestão de conflitos.JSD.Lusa/Fim

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