sábado, 24 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO!

INTELIGÊNCIA CIVIL - DETECTIVES, deseja a todos os seus colaboradores, amigos e colegas, um FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO na companhia dos seus ente queridos, com muitos presentes, sucessos profissionais e pessoais para o Novo Ano que está aí a chegar!

Em Portugal, apesar da crise e dos presságios negativos que os entendidos prevêem, deixo um voto de esperança e optimismo, para todos os 
que acreditam em si e nas suas capacidades!



Bem Haja a todos!


Paulo Perdigão

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A infidelidade conjugal está a aumentar?


A infidelidade conjugal parece estar a aumentar, particularmente entre homens mais velhos e casais jovens. Também parece que a infidelidade feminina está a alcançar os homens no adultério: as mulheres mais jovens parecem estar a trair seus maridos quase tanto quanto os homens.

As mudanças no aumento da traição não são muito grandes, mas ao olhar as alterações específicas em termos de sexo e grupos é possível observar diferenças significativas, segundo David C. Atkins, pesquisador da Universidade de Washington, nos EUA.


» Porque as pessoas traem?


Uma pesquisa que é realizada a cada dois anos desde 1972 mostrou que cerca de 10% das pessoas casadas – 12% homens e 7% mulheres – mostraram infidelidade ao fazer sexo com outra pessoa.

Mas análises detalhadas dos testes de fidelidade entre 1991 e 2006 mostram algumas mudanças surpreendentes. Pesquisadores descobriram que a taxa de infidelidade para homens com mais de 60 anos aumentou de 20% em 2001 para 28% em 2006. Em 1991 o aumento havia sido de 5% e em 2006 foi de 15%.

Grandes mudanças foram observadas em casamentos relativamente novos. Cerca de 20% dos homens e 15% das mulheres com menos de 35 anos disseram que traíram seus parceiros. Anteriormente as proporções eram de 15 e 12% respectivamente.

As teorias variam sobre as causas das pessoas estarem traindo mais. Entre as pessoas mais velhas há uma série de novos tratamentos para manter a saúde sexual e, em alguns casos, infiel: Viagra e outros medicamentos para disfunção erétil masculina; suplementos de testosterona e estrogênio para manter o desejo sexual feminino e a saúde vaginal, incluindo avanços nas próteses de quadril.

Segundo pesquisadores a melhora na saúde física permite que eles expressem sexualidade mesmo em idade avançada. A grande disponibilidade de pornografia na internet, que mostrou afetar as atitudes e percepções sexuais de um comportamento “normal”, podem também ter um papel no aumento da infidelidade.

Mas foi a aparente mudança na infidelidade feminina que chamou a atenção entre os pesquisadores. Não se sabe exatamente se a diferença de infidelidade entre mulher e homem é real ou se as mulheres têm mais chance de mentirem sobre sua traição.

A causa das diferenças parece ser um jogo psicológico entre os sexos: Os homens se vangloriam sobre suas “escapadas”. Por outro lado eles preferem pensar que as mulheres não traem e elas querem, da mesma maneira, que eles pensem isso.

Em culturas mais primitivas não existem evidências de que as mulheres traiam menos que os homens, portanto a diferença entre homens e mulheres nos estudos presentes pode ser explicada por pressões culturais e não por diferenças no desejo sexual: Uma mulher promíscua nunca é vista com bons olhos, quando essa mesma qualidade no homem e indicador de virilidade.
Uma mudança notável que as pesquisas mostram é o fato de que os casais parecem estar passando um pouco mais de tempo juntos. E homens e mulheres casados também têm a vida sexual mais ativa do que os solteiros reportando ter feito sexo com o parceiro (a) 58 vezes por ano, um pouco mais do que uma vez por semana. Os pesquisadores olharam estes dados como uma boa notícia.

Espionagem informática internacional, entra em computadores portugueses


Uma rede de espionagem informática conseguiu infiltrar-se em 1295 computadores de governos, incluindo o de Portugal, embaixadas, organizações de defesa dos direitos humanos e meios de comunicação.
No total, a rede de espionagem informática entrou em computadores de 103 países, segundo um relatório da Universidade de Toronto publicado este domingo.
Segundo o relatório divulgado na Internet pelo Munk Center for International Studies da Univesidade de Toronto não é possível atribuir com certeza a autoria da espionagem da rede que os investigadores denominam GhostNet (RedeFantasma), mas sublinham que três dos quatro servidores de controlo estão em províncias chinesas e o quarto na Califórnia, Estados Unidos.
Os autores do relatório, um grupo de acompanhamento da ciber-delinquência denominado The Information Warfare Monitor que se foca na utilização da rede como domínio bélico estratégico, trabalham sob o patrocínio do SecDev Group, uma consultora de Otava especializada em regiões em risco de violência, e do Laboratório Cidadão da Universidade de Toronto.
Na opinião dos investigadores, não se pode concluir definitivamente que a espionagem envolva o governo chinês, apesar do controlo do sistema ter origem, quase exclusivamente, em computadores na China.
No entanto, a origem desta investigação está relacionada com uma petição do gabinete do Dalai Lama em Dharamsala, norte da Índia, para que os peritos analisassem a rede de computadores, dos quais tinham sido retirados virtualmente documentos e cujos microfones e câmaras web eram controladas por controlo remoto.

Duarte Lima será julgado em Portugal pelo crime de homicídio


 O Ministério Público do Rio de Janeiro deu esta quarta-feira o primeiro passo para que o processo de Duarte Lima no Brasil, acusado da morte de Rosalina Ribeiro, seja enviado a Portugal.

"O procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Cláudio Lopes, encaminhou hoje ao procurador-geral da República do Brasil, Roberto Gurgel, autoridade central por força do Tratado de Extradição com Portugal, cópias integrais dos autos da acção penal de homicídio proposta pela Promotoria de Saquarema contra o advogado e ex-deputado Domingos Duarte Lima", informou o Ministério Público brasileiro em comunicado.
A medida é uma das etapas naturais para o envio do processo à Justiça Portuguesa. Depois de receber a documentação, espera-se que o procurador-geral da República do Brasil remeta o processo para Portugal.
Na nota, o procurador de Justiça do Rio de Janeiro ressalta que as provas são "contundentes" e "fundamentadas em factos concretos".
Refere ainda que as investigações terão demonstrado que o ex-deputado veio ao Brasil para cometer o crime.
Duarte Lima foi acusado no Brasil pelo homicídio da portuguesa Rosalina Ribeiro, morta no dia 7 de Dezembro de 2009 em Saquarema, nos arredores do Rio de Janeiro.

domingo, 18 de dezembro de 2011

S.Vicente-Cabo Verde O BERÇO DA MORNA






S. Vicente - Cabo Verde O BERÇO DA MORNA
A melhor recordação que pode trazer de Cabo Verde são os amigos que fizer, as maravilhosas «tocatinas» improvisadas de «mornas» cantadas à viola, a riqueza da sua gastronomia e as
saudades das praias de areia branca banhadas pelas águas cristalinas do Atlântico.S.Vicente é uma ilha bastante seca, ocasionalmente bafejada por uma precipitação mais abundante no fim do Verão (Agosto ou Setembro) que sacia a terra ressequida e transforma a paisagem árida das suas serras em encostas verdejantes. A mais emblemática é o Monte Cara (pela silhueta de um rosto humano que o seu recorte apresenta), junto à Baía do Porto Grande e a mais elevada é, precisamente, o Monte Verde (774 metros). A agricultura e a criação de gado estão confinadas aos vales férteis que rasgam o centro da ilha, mas S.Vicente depende das produções agrícolas com origem nas ilhas vizinhas de S.Antão e S.Nicolau ou da importação de bens alimentares de Portugal, Brasil e Holanda. Com 227 quilómetros quadrados, é a terceira ilha mais pequena (depois da Brava e do Sal) entre as dez que constituem o arquipélago de Cabo Verde.
Muito centrado na cidade do Mindelo ou na Praia da Baía das Gatas (celebrizada pelo festival anual de música que ali é organizado desde 1984), o turismo ainda não se afirmou como motor de desenvolvimento em S.Vicente. Esta situação é tanto mais injusta, porquanto a ilha dispõe de outras praias com grandes potencialidades - casos da Praia Grande, da Praia de Salamansa, da piscina natural de Porto do Calhau e da Praia de S.Pedro (junto ao aeroporto), muito elogiada pelos praticantes de windsurf.«Quem ca conchê Mindelo, ca conchê Cabo Verde»«Quem não conhece o Mindelo, não conhece Cabo Verde»Manuel d'Novas, músico e compositor caboverdiano S.Vicente desenvolveu-se, sobretudo, pela actividade comercial e portuária da cidade do Mindelo, onde se concentra cerca de 75% da população da ilha (num total de 35 mil habitantes). Tudo começou no final do século XVIII, com o aparecimento dos primeiros barcos a
vapor no Atlântico, que necessitavam de portos de escala para reabastecer de carvão. Ao longo do século XIX, todos os transatlânticos a caminho de América do Sul e outros países de África faziam escala no Mindelo, tendo a cidade alcançado o seu apogeu nas primeiras décadas do Século XX.
A cidade do Mindelo é uma das poucas cidades do mundo onde se respira uma atmosfera invulgar e muito própria, que é sempre difícil descrever por palavras. Ao clima ameno, pautado
por uma temperatura suave, juntam-se a harmonia do traçado das ruas e as reminiscências da arquitectura portuguesa em edifícios admiravelmente preservados.
O antigo Palácio do Governador (hoje, Palácio do Povo), constitui o expoente máximo dessa preservação e é, porventura, o melhor exemplo de arquitectura colonial portuguesa em África. Pena é, que as suas portas e janelas permaneçam encerradas à curiosidade do grande público e que se desconheça, por agora, o destino que o futuro lhe reserva. Outros edifícios merecem,
igualmente, destaque. É o caso da Drogaria Central, junto à Câmara Municipal do Mindelo, que ainda conserva o balcão e os armários de origem; da antiga Alfândega, hoje transformada em centro cultural; ou dos edifícios da rua de Lisboa recém-recuperados pelo BCA (Banco Comercial do Atlântico) e pelo Centro Cultural Francês.Todavia, a atmosfera do Mindelo é indissociável da hospitalidade e do calor humano das suas gentes. É difícil encontrar melhor receptividade e simpatia que a dos caboverdianos.Do atendimento nas lojas, hotéis e restaurantes aos taxistas, passando pelos simples transeuntes que cruzamos na rua e nos indicam uma direcção, todos se revelam prestáveis e exprimem uma hospitalidade natural para com os estrangeiros especialmente, se forem portugueses. Os laços com Portugal permanecem fortes, não só na língua comum, como em muitos traços da cultura popular e do desporto, com destaque, naturalmente, para o futebol, capaz de inflamar as mais acessas discussões entre adeptos dos principais clubes.
Liberto de quaisquer fantasmas colonialistas que alguns mal intencionados ainda procuram
inculcar, o caboverdiano orgulha-se das suas origens mestiças e de ser o produto do cruzamento entre naturais da Europa e continentais de África. Mas são, obviamente, mais africanos e
detentores de uma cultura e identidades próprias que se reflectem de sobremaneira nas mais diversas manifestações artísticas: a música, onde os melhores intérpretes de «mornas», «coladeras» e «funaná» ganharam já o justo reconhecimento internacional (Cesária Évora, Ildo Lobo, Ana Firmino, Titina, Hermínia, Travadinha (já falecido), entre muitos outros); a gastronomia, enriquecida pela grande variedade de peixes e mariscos, mas onde não faltam pratos tradicionais como a «cachupa» (carne de porco com feijão, milho, batata doce, inhame e mandioca); a literatura, com romances que retratam as suas vivências e modo próprio de sentir (as sementes lançadas pela viragem introduzida no romance caboverdiano por Baltazar Lopes da Silva, em 1947, com a sua obra prima «Chiquinho», encontrou nas narrativas de Germano de Almeida o seu melhor dísciplo); o carnaval de S.Vicente, num desfile tipicamente brasileiro; o cinema, através de uma geração de actores e realizadores que dão corpo às personagens mais características das ilhas; o teatro e a pintura, tapeçaria, olaria e artesanato que, infelizmente, enfrenta a dura realidade da escassez de recursos para dar livre curso a uma imaginação mais exuberante. Desiluda-se o viajante que procura recordar a sua estadia em Cabo Verde com artefactos locais, tão comuns em outros países africanos. Aqui não encontrará essa diversidade, à excepção de algumas lojas e galerias do centro da cidade do Mindelo, que não hesitam em importar de Dakar, no Senegal, peças de artesanato, vestuário e outras «bujigangas» para satisfazer a crescente procura dos turistas.

Texto e fotos: Alexandre Coutinho

A cantora cabo-verdiana Cesária Évora morreu, aos 70 anos, no Hospital Baptista de Sousa, na ilha de São Vicente, Cabo Verde


A cantora cabo-verdiana Cesária Évora morreu, aos 70 anos, no Hospital Baptista de Sousa, na ilha de São Vicente, Cabo Verde, por “insuficiência cardio-respiratória aguda e tensão cardíaca elevada”.
A “diva dos pés descalços”, como a imprensa se referiu muitas vezes a Cesária Évora, nasceu há 70 anos na cidade do Mindelo, na ilha cabo-verdiana de S. Vicente, no seio de uma família de músicos.
Numa das muitas entrevistas que deu, certa vez afirmou: “Tudo à minha volta era música”.
O pai, Justiniano da Cruz, tocava cavaquinho, violão e violino, instrumentos que se tornaram característicos daquelas ilhas, o irmão, Lela, saxofone, e entre os amigos contava-se o mais emblemático compositor cabo-verdiano, B. Leza.Cize, como era carinhosamente tratada pelos amigos, tornou-se no nome mais internacional de Cabo Verde, país de onde o mundo conhecia já grandes músicos como Luís Morais e Bana.
Desde cedo que Cesária Évora se lembrava de cantar, como referiu numa das muitas entrevistas que deu: “Cantava ao ar livre, nas praças da cidade, para afastar coisas tristes”. Aos 16 anos, canta nos bares da cidade e nos hotéis, começando a ganhar uma legião de fãs que a aclamavam já como “rainha da morna”.
A independência da nação africana, em 1975, coincide com o início de um “período negro” da cantora, que deixa de cantar, tem problemas com o alcoolismo e trabalha noutra área.Em 1985, a convite de Bana, proprietário de um restaurante e uma discoteca com música ao vivo em Lisboa, Cize vem a Lisboa e grava um disco que passou despercebido à crítica, seguindo para Paris onde é “descoberta” e daqui, como aconteceu com outros cantores, partiu para os palcos do mundo.
Em 1988, grava “La diva aux pied nus”, álbum aclamado pela crítica. Nesta fase da sua carreira, tem um papel fundamental, que se manteve até ao final, o empresário francês José da Silva.Em 1992, Cesária Évora gravou “Miss Perfumado” e aos 47 anos torna-se uma “estrela” internacional no mundo da world music, fazendo parcerias com importantes músicos e pisando os mais prestigiados palcos.Uma carreira internacional que passou várias vezes por palcos portugueses cujas salas esgotavam para ouvir, entre outros êxitos, “Sôdade”.Em 2004, recebeu um Grammy para o Melhor Álbum de world music contemporânea, pelo disco “Voz d’Amor”. Cize não pára e continua em sucessivas digressões, regressando de quando em vez à sua terra natal.“Eu preciso de quando vez da minha da terra, do povo que sou e desde marulhar das ondas”, confidenciou certa vez à Lusa.
A cantora começa a enfrentar vários problemas de saúde e alguns “sustos”, como afirmava, mas regressava sempre aos palcos e aos estúdios com alegria.Em 2009, o Presidente francês Nicolas Sarkozy entrega-lhe a medalha da Legião de Honra, depois de uma intervenção cirúrgica que a levou a temer pela vida.Cesária voltou aos estúdios e anunciou não só uma digressão, como a gravação de um novo disco, que deveria sair no próximo ano.
No dia 24 de Setembro, numa entrevista ao Le Monde, a cantora afirma que tem de terminar a carreira por conselho médico. A sua promotora, Tumbao, emite um comunicado confirmando as declarações da “diva dos pés descalços” e dando conta da tristeza que sentia por ter de o fazer.Nesse mesmo dia, ao princípio da tarde, a cantora é internada no hospital parisiense de Pitie-Salpetriere, por ter sofrido mais um acidente vascular cerebral (AVC). A Tumbao emitiu nesse mesmo dia um comunicado, dando conta de que o diagnóstico clínico da mais internacional artista cabo-verdiana era “reservado”.Aos 70 anos, completados no passado 27 de Agosto, e após uma curta visita a Lisboa, onde pediu para passear a pé pelo bairro de São Bento, Cesária Évora morreu em Cabo Verde.Ao longo da carreira, além das inúmeras digressões e actuações em televisões, gravou 24 álbuns, um DVD, “Live in Paris”, e registou dezenas de colaborações em discos.

"A Cesária levou-nos de uma parte do mundo para a outra"


Reacções: "Um artista nunca morre" 17.12.2011 - 17:12 Por Rita SizaVotar | em Cultura« Tito Paris: "A Cesária levou-nos de uma parte do mundo para a outra" (Daniel Rocha)João Branco, director do Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo"A primeira vez que chorei em Cabo Verde, há quase vinte anos, foi por ter ouvido a voz de Cesária Évora, que se apoderou de mim como um furacão de alma e sentimento. Tinha acabado de chegar ao Mindelo e pela mão do músico Vasco Martins fomos a um bar de amigos, para um serão tranquilo de boa conversa. Estava sentado, distraído com uma qualquer leitura, quando aquele espaço foi invadido por uma voz única, grave, possante. O disco era o “Miss Perfumado”, o CD que haveria de catapultar Cesária para a fama internacional, por via do mercado francófono e a transformaria na maior embaixadora da história do arquipélago, hoje no mapa global muito por responsabilidade do retumbante e espantoso sucesso da sua impar carreira. No saudoso Café Royal, da mítica Rua de Lisboa, para onde ela ia quase diariamente, numa época em que ainda não tinha que viajar constantemente, com tournées que a obrigavam a ficar tão longe da sua cidade querida, a sua chegada de carro, sempre com um condutor próprio, e a entrada com os pés descalços no estabelecimento, eram dignos de um cerimonial que nunca mais esquecerei. A mesa onde se sentava Cesária ia-se enchendo e esvaziando, à medida que ela recebia amigos, familiares, conhecidos ou curiosos. Pagava bebidas a todo o mundo, dava dinheiro aos pedintes, brincava constantemente com aqueles que a rodeavam, muitos já adivinhando que ali estava uma fonte inesgotável de talento e projecção. Na sua casa, sempre tinha a porta aberta, com o mesmo espírito generoso, próprio de uma grande matriarca. Hoje, depois do choque inicial, a voz de Cesária Évora ecoa por toda a cidade do Mindelo. Nas ruas, nos cafés, nos bares, nos carros, nas vozes das pessoas. Um mendigo grita no centro histórico do Mindelo: Cesária já morrê! Hoje, Cabo Verde, é uma Nação que se curva, de pés descalços, perante a sua maior Diva." Mayra Andrade, cantora"Cize,Como na tela de um quadro, a tua voz pinta estas paisagens perdidas e os sentimentos que animam o povo das tuas ilhas. Agradeço à vida o privilégio de te ter conhecido, tu que pela tua voz nos fizeste existir perante os olhos do mundo. Sentimos terrivelmente a tua falta.Sodade, sodade, sodade..."Tito Paris, músico“Recebi a notícia com profunda tristeza. Cabo Verde fica mais pobre, da mesma forma que ficou mais rica quando ela nasceu, porque nasceu uma estrela que não se apagará, ficará sempre acesa, a brilhar através da sua música. Espero que todos os cabo-verdianos, sobretudo os mais jovens, dêem valor ao que ela nos deu; muitos não têm noção do que ela nos ofereceu. A Cesária levou-nos de uma parte do mundo para a outra, levou o nome de Cabo Verde por todo o mundo e, quando ela estava em palco, todo o cabo-verdiano estava lá com ela. Ela levou a morna, e o sorriso, e o calor do Mindelo, e ficará na nossa memória. Estamos profundamente tristes. Que descanse em paz. Todo o mundo da música ficou mais pobre, mas um artista, um poeta, nunca morre.”José Eduardo Agualusa, escritor“É uma notícia triste, embora esperada. A Cesária já não estava bem há algum tempo, mas quando a notícia chega nunca estamos preparados. O extraordinário sucesso internacional da Cesária mudou por completo a forma como a música cabo-verdiana passou a ser acolhida no mundo e, dessa forma, mudou a própria música cabo-verdiana. Mas mais do que isso, julgo que ela foi muito importante para todo o mundo da música em língua portuguesa, porque ela abriu caminhos para todas as outras culturas.