sábado, 3 de março de 2012

Brasil quer combater pirataria na costa africana


O aumento da pirataria no Atlântico está a preocupar o Brasil, que está a ajudar a combater o fenómeno na costa ocidental de África para evitar que chegue às águas territoriais brasileiras, como confirmou o comandante da Marinha do Brasil, Júlio Moura Neto, aos jornalistas, em Cabo Verde."É uma preocupação mundial o aumento da pirataria. A pirataria está na costa leste de África mas temos a tendência que pode caminhar para a costa oeste da África, onde envolve o oceano Atlântico. O Brasil vê-a com muita preocupação. Ainda não chegou à costa brasileira, mas pode vir a chegar. Combatê-la é um desejo nosso", disse."Temos participado como observadores no ’Africa Partnership’, cujas operações decorrem no Golfo da Guiné, mas ainda não enviámos quaisquer meios navais para essa zona", acrescentou. “A possibilidade não está posta de lado”, adiantou.O comandante brasileiro, que terminou a sua primeira visita ao arquipélago, nesta quinta-feira, 1, falou ainda aos jornalistas, do acidente que aconteceu na Antártida, base de pesquisa mantida pelo Brasil, há 28 anos, e que foi recentemente destruída por um incêndio que provocou dois mortos."O acidente foi uma tragédia. O Programa Antártico tem 30 anos e a estação Comandante António Ferraz tem 28. O incêndio que destruiu a estação atingiu com muita força o nosso programa antártico mas já temos a decisão governamental de que vamos reconstrui-la e isso vai começar com a brevidade possível", explicou. Júlio Moura Neto adiantou que as autoridades brasileiras vão fazer "todos os esforços" para que a pesquisa na Antártida não seja interrompida, lembrando que é feita em dois locais: metade na estação incendiada e outra nos navios e refúgios que o país tem espalhados pela região."Vamos agora encontrar soluções para prosseguir com os projectos de pesquisa para que, no próximo Verão antártico, possamos retomar os trabalhos. Mas o que o comandante da Marinha do Brasil sente é a perda de dois homens, que são heróis. A pesquisa conseguiremos recuperar, mas os homens não", afirmou. Prometeu que "o futuro da base está garantido e a continuação da pesquisa também".Júlio Moura Neto manifestou também a preocupação face à protecção de toda uma vasta área territorial marítima brasileira onde se situam as principais plataformas petrolíferas do país, conhecida como "camada pré-sal"."A preocupação existe. Estamos hoje com um programa de construção de navios patrulha de 500 toneladas. Já temos dois, cinco estão em construção e há um projecto para construir mais 20. Falta acertar os recursos. Assim, a Marinha terá condições para manter um navio patrulha permanentemente junto aos campos petrolíferos", respondeu."Essa é a ideia e estamos a fazer um esforço financeiro muito grande para que possamos estar prontos para qualquer ameaça", concluiu. IMN
Fonte: A Semana

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