domingo, 27 de novembro de 2011

Cabo-verdiana em julgamento na Suíça por tráfico humano 27 Novembro 2011

Cabo-verdiana em julgamento na Suíça por tráfico humano 27 Novembro 2011 Uma cidadã cabo-verdiana de 57 anos está a ser julgada pelo Tribunal Penal Federal da Suíça por tráfico humano, lenocínio e lavagem de dinheiro. A mulher, que tem como supostas comparsas duas suíças, é acusada pelas autoridades locais de liderar uma rede internacional que entre 2001 e 2006 forçou pelo menos 143 brasileiras a se prostituírem nos bordéis da pequena cidade de Soleure.Começou esta segunda-feira em Bellinzone, na Suíça, o julgamento de uma associação criminosa que vinha operando no tráfico de mulheres para prostituição naquele país europeu. O grupo, que inclui duas cidadãs suíças, ambas com mais de 60 anos, e a cabo-verdiana de 57 anos, é acusado de tráfico de seres humanos, lenocínio (ou proxenetismo, prática ilícita que consiste em favorecer ou facilitar, profissionalmente ou com intenção lucrativa, o exercício da prostituição) e lavagem de dinheiro.A emigrante cabo-verdiana, assim como as suas comparsas, negam o seu envolvimento no esquema, mas a polícia suíça apresentou ao Tribunal Penal Federal em Bellinzone provas em como durante vários anos (de 2001 a 2006) elas forçaram pelo menos 143 brasileiras a se prostituírem nos bordéis de Soleure, uma pequena cidade de pouco mais de 15 mil habitantes localizada no Norte da Suíça.O Ministério Público daquele país, citado pelo jornal Tribune de Genève, afirma que o trio criminoso atraía as jovens brasileiras com falsas promessas de trabalho na Europa. As vítimas disseram ao Tribunal que chegaram à Suíça convencidas de que iriam trabalhar como babás ou empregadas domésticas. Só que, para sua surpresa, foram literalmente trancadas em bordéis, onde eram forçadas a se prostituir para poderem reembolsar o dinheiro da viagem.O grupo criminoso cobrava a cada brasileira uma média de 9 mil francos suíços (800 contos), dinheiro que deveria cobrir, além da viagem, o montante que lhes enviavam antecipadamente para poderem passar na Fronteira, fazer o desembarque e comprar utensílios higiénicos e de primeira necessidade. E enquanto não pagassem até ao último tostão não poderiam livrar-se dos seus algozes. Daí também a acusação de cárcere privado que pende sobre esta organização criminosa.A cidadã cabo-verdianda, segundo o jornal Tribune de Genève, fazia a intermediação (a língua comum ajudava-a nessa tarefa) e acompanhamento das adolescentes recém-chegadas, enquanto que as suíças (uma de 63 e outra de 61 anos) se ocupavam da parte logística, fornecendo o dinheiro para a passagem e controlando os bordéis.E como o esquema do tráfico internacional de pessoas, ia de vento em popa, as agora arguidas começaram a explorar outros filões do negócio do crime: assim entraram na via da falsificação de dinheiro e comercialização de material pornográfico, crimes sobre os quais ainda o Ministério Público da Confederação Suíça continua a reunir provas para formalizar a acusação. Por ora, a cabo-verdiana e as suas companheiras respondem no tribunal de Bellinzone por tráfico de seres humanos, lenocínio (lucrar com a prostituição), lavagem de dinheiro e associação criminosa.O julgamento, que começou esta segunda-feira, deve prolongar-se por mais alguns dias. Todas as partes terão já sido ouvidas ao longo desta semana, pelo que já na próxima semana a Procuradoria e os advogados de defesa apresentarão as suas alegações finais. O veredicto do Tribunal Penal Federal de Bellinzone será conhecido nos primeiros dias de Dezembro.

Sem comentários:

Enviar um comentário