domingo, 27 de novembro de 2011

Teoria da conspiração no caso de Dominique Strauss-Kahn

Uma investigação do jornalista Edward J. Epstein para a “New York Review of Books” e avançado ontem também no “Financial Times” baseia-se em documentos cedidos pelos procuradores e a defesa do ex-dirigente socialista, que na altura do escândalo, em Maio, era o político que mais franceses queriam ver como o próximo Presidente da República.

Em França, a viver já em ambiente de pré-campanha para as presidenciais de Abril, e numa altura em que o nome de DSK (como é conhecido) regressou à ribalta, citado numa investigação sobre uma rede de prostituição de luxo, esta notícia agitou águas já turbulentas.

Na versão resumida da investigação, publicada ontem no "Financial Times", Epstein cita “várias pessoas próximas” do director-geral do FMI, segundo as quais ele foi informado por uma “amiga a trabalhar temporariamente como investigadora para a UMP” de que pelo menos um email que enviara à mulher através do seu Blackberry “tinha sido lido nos escritórios” do partido no poder. O alerta terá levado DSK “a suspeitar que poderia estar sob vigilância electrónica em Nova Iorque”, escreve o jornalista.

A intenção de DSK seria pedir a um amigo que fizesse uma peritagem ao telemóvel, no regresso a Paris. Segundo os registos telefónicos, naquela manhã, DSK usou o aparelho para avisar a filha que chegaria tarde ao almoço que tinham combinado. Mas, horas mais tarde, a caminho do aeroporto, ter-se-á apercebido de que o tinha perdido.

Apesar de o Blackberry nunca ter sido encontrado, Epstein adianta que o circuito de GPS (que possibilita a localização do aparelho) foi desligado ao início da tarde e, dados recolhidos recentemente, indiciam que não terá chegado a sair do Sofitel.

“A ideia de que o que aconteceu a Strauss-Kahn teve qualquer tipo de cumplicidade por parte da UMP é uma grande manipulação”, disse Jean-François Copé, secretário-geral do partido no poder.

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